Com o passar dos anos, nem posso dizer que ela ande piorando, simplesmente porque não lembro de nada com que possa fazer a comparação.

Mas isso não me incomoda nem um pouco, se é o que você está pensando. Eu tenho uma série de mecanismos especiais para nunca esquecer de nada. Verdade, sou a guardiã do “me lembra deste compromisso depois” das amigas.

É porque eu anoto no celular, na agenda de papel, em guardanapo, qualquer canto. Ou mudo meu anel da sorte de dedo pra lembrar que tenho algo importante pra lembrar. Mas é passar o evento ou a tarefa que “pimba”, esqueço tudo.

Sou tão ruim, tão ruim, que tem gente que até manipula minhas memórias com aquele papo de que “tem certeeeeza” de que eu fiz isso ou aquilo. Ódio.

Mas para que eu estava falando sobre esse assunto mesmo?

Lembrei.

Tenho uma memória das piores, mas, quando os eventos acontecem seguidamente, não dá mesmo pra deixar de perceber que tem algo errado.

E, vou te contar, quando 2018 chegou eu já embarcava na onda de “dias melhores virão” quando tudo começou a dar pra trás: alagou lá em casa, a Suri morreu (frenchie da minha filha), perdi o emprego, acabei de bater com o carro.

Botaram meu nome na boca do sapo, não é possível!

Com uma sequência de eventos tão ruins assim, vai ficar difícil eu manter o otimismo de sempre – e esquecer que estou com um azar danado. Me recupero de uma pancada e lá vem outra. Que é que eu posso ter de tão especial pra invejar?

Deixa ver: não sou bonita, mas me acho linda.
Não tenho QI altíssimo, mas me acho genial.
Não sou rica, mas não me importo com dinheiro.
Tenho um monte de defeitos de fábrica, mas sou cheia de saúde.
Minha família é complicada, mas é minha melhor parceria.
Não sou amiga de todos, mas tenho amigos incríveis.

Entendido: quem quer seja o responsável pelo sapo não suporta meu brilho!

Kátia Galvão em 50etcetera