Tenho ideias. Sonhadora, sou decididamente executora. E vivo arrebanhando gente para ser comparsa de empreitadas: de uma confraria de amigas (com pessoas diferentemente deliciosas) a um programa de ensino (onde talentos diversos, mas dispersos, se juntam por um mesmo ideal). De responsável pela “vaquinha” pra comprar o presente dos chefes à criação de um novo departamento na empresa. Não sou nem minha. Sou mais dos outros.
Automotivada e entusiástica, podia ser desde a representante de turma no colégio à criadora do jornalzinho para os moradores do prédio. De líder do CCE da Faculdade até formadora de lideranças no trabalho.
Revolucionária, obsessiva e passional, amo a transformação. Tenho urgência por mudanças. E só sossego quando o trabalho acaba. Porque sim, tudo tem começo, meio e fim. Saber que minha presença se faz desnecessária é a dica pra ir cultivar outros terrenos. Sou a educadora que formou a turma. Sou a coach que levou o time à vitória.
Minha missão não é a de me perpetuar nesses relacionamentos. Deixo essa tarefa a quem tenha o dom. Sou uma espécie de “startup”. Vivo para mobilizar pessoas (já espetaculares em si mesmas) em torno de uma comunidade, um propósito, um projeto – coisa que muita gente não se disporia a protagonizar, mas que adora fazer parte.
Às vezes me bate uma certa tristeza – talvez saudade – por não estar mais presente, por não estar usufruindo. Mas logo reconheço a sina – e compreendo o porquê. A mim cabe plantar a semente. Como uma abelha, gosto de polinizar aqui e ali. Planto florestas e flores aos poucos. E sei, nenhum encontro acontece por acaso. Por isso o “até qualquer hora” sem arrependimentos!
Kátia Galvão em 50etcetera