Fair play

Por falar em futebol, tenho assistido aos jogos da Copa. Vejo muita semelhança entre as estratégias das seleções e os diferentes tipos de pessoas que conheço.

Tem gente que faz antijogo – como o Japão contra a Polônia. Fica esperando a partida terminar, batendo bola e embromando. Não joga pra não perder. Mas também não ganha. Apenas se classifica. E assim vai se camuflando, rezando pra ninguém prestar atenção na sua existência. O famoso “me erra”.

Tem jogo muquirana. Espanha e Rússia. E gente igualzinha. Falta sangue na veia e responsabilidade com a torcida. Sem tesão. Sem garra. Deu no quê? Em prorrogação. Dá a impressão que se tivesse a opção de purrinha pra decidir, os jogadores teriam topado. Forçaram pra chegar nos pênaltis porque, como nenhum dos dois queria arriscar, deixaram pra sorte escolher seus destinos.

Jogo gostoso, cheio de emoção foi do Uruguai contra Portugal. Que ousadia. Que alegria. Nem se respirava. Lindo de ver! Ambos mereciam ficar. Construíram, atacaram. Espetáculo de verdade. Corajoso. Feito por gente raiz. Que não se esconde, que mostra a cara. Que aposta. Que cai e levanta. Que corre atrás. Que não enrola, não se submete, que protagoniza! Resultado: golaços de placa e palmas de trovão.

Falando em polêmica, estava aqui pensando que bem que podia ter árbitro de vídeo para as situações duvidosas do cotidiano! (Por essas e por outras que sou fã da aplicação da tecnologia na resolução de determinados conflitos. Como se diz por aí: contra fatos não há argumentos).

Somos tendenciosos. É da natureza humana. Por vezes não vemos com olhos ilesos. Enxergamos com nossos preconceitos, cultura, crenças e coração. Até com o olhar dos outros. Pode isso, Arnaldo?

Já pensou? Ter certeza de quem começou uma briga. Confirmar uma bolada nas costas. Saber certinho quem usou de malemolência pra aniquilar o oponente. Quem se atirou no chão, quem deixou a mão de propósito, quem forjou o pênalti. VAR para as jogadas suspeitas do dia-a-dia, sou a favor.

Se a arte imita a vida, vou estar daqui torcendo sabe por quemmmm? Por um mundo com mais fair play, pelo menos!

 Kátia Galvão em 50etcetera

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