Como vai você?

Já desejei coisas que não consegui. Já fiz planos que não deram certo. Já fracassei um monte de vezes. Já paguei muito mico sem necessidade – e depois quase me atolei em vergonha e culpa. Já sofri dores de morte. Já perdi gente querida. Já desejei desistir de tudo.

E, por favor, não me venha agora com: “se pudesse voltar atrás”. Pergunta boba não ajuda em nada. Até porque viver sem arranhões deve ser um tédio (pelo menos é o que a gente conclui depois que o sufoco se vai). Que atire a primeira pedra quem “nunca”.

Passados os grandes, pequenos, supostos ou verdadeiros dramas, aqui estou eu. Sã e salva (mais salva do que sã). Mas se tem algo que não me lembro de ter vivido foi o desespero da solidão.

Claro que já me senti sozinha, largada, preterida, mas abandonada e desesperançada, nunca. Sempre houve alguém pra segurar a minha mão e me ouvir: amigos, amores, família, anjos, Deus.

Mas tem gente que não. Tem gente que não tem com quem contar. E eu não tô falando do orgulhoso que prefere não dar o braço a torcer e pedir ajuda. Não tô falando do que se vitimiza dentro da sua própria incapacidade de se enxergar como parte de um problema (ou de uma solução).

Eu estou pensando no que está nas trevas, não importa o tamanho da escuridão. Tô aqui falando daquele que não pode partilhar as alegrias, nem dividir o peso das tristezas e infortúnios. Tô preocupada com o que sofre algum tipo de  isolamento psíquico, emocional ou físico. Ou com quem não está nem perto disso e quer desabafar apenas.

Ei, você! Há alguém que quer te ouvir. Sem julgamentos, sem ideologias, em sigilo. Simples assim. Disque 188. Não custa nada.

Por Kátia Galvão – 50etcetera.com

Em 29 de maio de 2019

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