Observando nossos passos há tanto hatters quanto admiradores. Gente de ambos os lados que fica doida pra provar a tese do “eu sabia”. Eu sabia que ela não iria longe – alguns. Eu sabia que ela ia dar a volta por cima – outros.
O problema nem é esse. Normal não agradar a todos, não ser unanimidade. A questão é: quem é quem?
Não há como ter certeza sobre ninguém. Nem convivendo dia após dia, imagina apenas por suposição, intuição, palpite. A pessoa mais improvável pode ser do seu grupo de fãs, enquanto o amigo de fé irmão camarada pode não valer um vintém.
Eu não arrisco mais. Já botei muito a mão no fogo. Agora só observo.
Nos últimos tempos a vida me mostrou algumas coisas na marra. Eu era boba. Hoje em dia sou uma boba com experiência. O que, pelo menos, me garante alguma bagagem de vida.
Aprendi que as pessoas nem se revelam tanto nos grandes acontecimentos quanto o fazem nos pequenos detalhes. Quer conhecer intimamente alguém? Experimenta reparar nos NÃOS dela. No que ela não cede. No que ela não faz. Com o que ela não se importa. Talvez a gente fique mais esperto e acabe resolvendo até o enigma da esfinge.
De minha parte, fico por aqui, me sentindo lisonjeada por, de uma maneira ou de outra, ser alvo de interesse do povo que me cerca. Só não vai dar pra ser responsável pelas torcidas. Fato é que eu vou acabar decepcionando um dos times.
Kátia Galvão em 50etcetera
07 de julho de 2019