O “novo normal”

Regras de distanciamento social sendo flexibilizadas e as instruções são de cuidados redobrados na volta à vida cotidiana. Governantes e comunidade científica se referem agora à vida pós-isolamento como o “novo normal”.

Eu adoro essas expressões – que as pessoas tiram não sei de onde – porque sempre me dão assunto para uma nova crônica.

Então fica assim estabelecido que todo indivíduo, ao sair de casa, precisa usar máscara, manter distância e fazer a higienização das mãos. Basicamente é isso! No sentido literal, ok. Serão mesmo novos hábitos a serem incorporados a nossa rotina. No sentido figurado, novidade alguma, afinal, faz tempo que essas atitudes viraram “regrinhas de ouro” da existência em sociedade.

Ou vai me dizer que é permitido ser você mesmo, integralmente, com a tralha toda de acertos e erros, defeitos e qualidades, enfim, sem o USO DE MÁSCARAS, e continuar imune a contra-ataques e críticas hostis? De cara lavada, emitindo opiniões, divergindo quando não concorda, usando de franqueza ou opinando, é difícil ser aceito sem cara feia ou ofensivas. E, “alooouu”, não estou nem de perto me referindo a tentar impor seus posicionamentos de forma agressiva e destrutiva não!

MANTER DISTÂNCIA? E não é o que a maioria de nós mais tem aprendido ao longo das últimas décadas? Melhor não se aproximar. Melhor ter cuidado. Melhor não se envolver. Melhor não se posicionar. Melhor “deixar quieto”. Sim, verdade, em um certo aspecto parece mesmo que o mundo anda mais unido, mais engajado. Pessoas reunidas defendendo causas comuns. (Parece).

HIGIENIZAÇÃO? Somos higiênicos. Lavamos as mãos pra quase tudo. Em primeiro lugar, porque “não é da nossa conta”. Em segunda instância porque pode ser até perigosa alguma intervenção. Paradoxalmente, nos contaminamos facilmente. Às vezes somos infectados por coisas ruins. Até pelo “efeito manada”. Mas ô que maravilha se tivéssemos mais vírus de amor e caridade via de regra e não apenas em tempos de calamidades.

Resultado: quanto menos exposição, melhor. Preceito válido, entretanto e tão-somente, para cidadãos comuns, pois suas opiniões são eventualmente confundidas com pré-julgamento, falta de humanidade ou amor cristão, especialmente por quem prefere a alienação. Mas político pode. Ativista pode.  Autoridade pode.

Em resumo: o “novo normal” não é novo. Já vem sendo adotado faz tempo!

*Em tempo: a você, que também tem direito à opinião, mesmo que contrária à minha, eu peço: não se importe com minhas palavras. Elas não são pra você. Tô falando de uns conhecidos meus, que você provavelmente nem sabe quem são!

Por Kátia Galvão

Em 02/06/2020

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