Em algum lugar você já deve ter ouvido essa expressão. Se ainda não, eu ajudo. “Escuta ativa” trata de melhorar a comunicação, torná-la mais generosa, mais apoiadora, menos crítica. É quando uma pessoa verdadeiramente se interessa pelo que a outra está falando, evitando apreciações, atropelos. A escuta ativa é respeitosa. A escuta ativa considera. É apoiadora. Não exaure!
Confessa. Não é péssimo quando você tenta dividir seus problemas com alguém que nem presta atenção ao que você diz? E quando o indivíduo aproveita para usar o teu desabafo para falar de si mesmo, interrompendo sem piedade?
Ouvir não é escutar. E escutar é mesmo uma arte! Sei bem disso porque por dois anos dediquei parte do meu tempo ao trabalho voluntário de ouvir pessoas. Mas, para isso, tive que passar por uma espécie de formação de ESCUTATÓRIA, depois estágio e, só então, finalmente atendimento. Além disso, era obrigatória a participação nas reuniões, onde estudávamos um tema, compartilhávamos questionamentos e fazíamos “treinamento de papeis”. E, nossa, ainda assim, como me sinto longe de ser uma ouvinte eficaz!
Mas, como todo profissional da EDUCAÇÃO que se preze, tenho por motivação conhecer cada vez mais, sobre variados temas, na busca de desenvolvimento para mim e para o outro. Então, claro, que já estou eu aqui toda entusiasmada em dividir nesse texto um pouquinho das minhas descobertas:
– Para ouvir é preciso ter EMPATIA. É literalmente esquecer quem você é para se colocar no lugar da outra pessoa. Deslembre de si mesmo e de suas experiências pessoais. Foque na novidade de como o outro percebe as coisas de seu jeito particular.
– Não tem dor pequena ou grande. Não tem medida. A angústia, a raiva, a alegria ou a tristeza do outro é DELE! Cada um sente de acordo com o que viveu, o que passou. Assim como não há digitais iguais, ninguém jamais sentirá exatamente do mesmo modo. Não compare. Não desmereça. Apoie!
⁃ A história que o outro está te contando é sobre ELE. Não é sobre VOCÊ, portanto, interromper contando suas questões, NÃO AJUDA. Pelo contrário!
⁃ A melhor escuta é quando a pessoa pode se expressar livremente: sem julgamentos, sem interrupções, sem conselhos. (Eu sei, é uma angústia evitar opiniões e conselhos, mas com disciplina a gente há de conseguir).
O dilema maior, eu diria, apesar de sabedora e praticante nível básico de tudo acima, é o conflito causado pelo fenômeno “É MINHA VEZ”! Sim, quando sou eu quem precisa ser escutada. Não que as pessoas façam por mal. Algumas simplesmente não percebem que em dado momento pode haver conversa e troca mas, em outros, só o ACOLHIMENTO, a VALIDAÇÃO e o APOIO bastam!
E, como a minha estratégia para ficar bem e enfrentar os problemas é EXATAMENTE falar sobre eles pra expurgar, colocar toda mágoa, angústia e aborrecimento pra fora, nem sempre o que eu recebo é uma escuta isenta e imparcial!
Daí? Daí que, no meu caso, eu prefiro ESCREVER, porque, de uma forma ou de outra, eu sujeito o outro a me escutar, a acolher meu desabafo, a ouvir com olhos anônimos. Enquanto não encontro melhores ouvintes, está bom assim. Para mim traz alívio – e causa menos estragos do que os de uma escuta desastrada!
Kátia Galvão
Em 20 de junho de 2020
Sou fã de carteirinha dessa mulher, q dom maravilhoso de passar para o papel com tamanha leveza e autenticidade os sentimentos, as coisas corriqueiras do dia a dia… Fantástico!
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Obrigada, super obrigada! Depois dizem que não sou rica…rsrs Com tanto elogio sincero, olha a fortuna que eu ganho pro ego e pra alma! ❤️
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